A.H. Bombeiros Voluntários de Felgueiras 
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PATRIMÓNIO

PATRIMÓNIO

Património

Casa Escola
Sonho tão antigo como o do quartel é o da casa escola. Com efeito é desde a fundação reconhecida a necessidade de “… uma casa-esqueleto, para semanalmente serem feitos exercícios de forma a tornar aptos os bombeiros…”, como se diz em acta da Direcção.
Na falta da mesma os exercícios eram feitos em edifícios gentilmente cedidos para o efeito.
Em 1918 decide a Direcção adquirir dois castanheiros para iniciar a construção do “esqueleto para a instrução dos bombeiros”, e constituem-se comissões com vista a angariar fundos com o mesmo fim.
Em 1921 o Governo cede todo o material do moinho de vento que existia em Santa Quitéria, para a construção da dita casa-escola.
E terá sido com esses materiais que se foram construindo esqueletos feitos de pedras, madeiras e ferros, que não satisfaziam as necessidades de exercício do Corpo Activo.
Finalmente, em 1929 é elaborado caderno de encargos para a construção da casa escola, e, aberto concurso público foi a obra adjudicada em 28 de Abril desse ano, ao mestre Miguel Baltazar Portela do lugar de Monte, freguesia de Moure, pelo valor de 13.950$00. Não terá sido muito demorada a construção, pois em 1930 é inaugurada e posta à disposição do Corpo Activo.
E foi esta a casa-escola que serviu durante algumas dezenas de anos a Corporação.Com efeito só em 1980 foi inaugurada a nova e funcional casa-escola, que é a que actualmente é utilizada na instrução do Corpo Activo.

A Estação da Bomba
Constituída a Associação, a primeira e legítima aspiração dos fundadores, teria forçosamente que ser a da compra ou construção de instalações. Desconhece-se onde foi arrecadada a primeira bomba e demais material, mas logo em 1900, se inicia a construção da Estação da Bomba.
O terreno seria propriedade do director Joaquim Luiz da Silva, que como a seguir se verá, o vende já depois de iniciadas as obras, à Associação. Certo é que “pelas doze horas do dia seis de Maio de mil e novecentos da era cristã, realizou-se no terreno fronteiro à R. Costa Guimarães a inauguração solene do lançamento da soleira da porta principal do Novo Quartel dos Bombeiros Voluntários.”. Não terão andado céleres as obras. Seguramente por escassez de meios financeiros.
É que só dois anos mais tarde, se reinicia a construção, e se adquire definitivamente o terreno.
Com efeito em 19 de Fevereiro de 1902, é outorgada Escritura Pública de Venda e Empreitada, pela qual o dito senhor Joaquim Luiz da Silva, comerciante e proprietário, pelo preço de cem mil reis, vende à Associação dos Bombeiros Voluntários, “… um tracto de terreno na R. Costa Guimarães d’esta villa, acima da Casa da Aula, onde já acha feito um esqueleto e casa em principio de construção.”.
O esqueleto seria seguramente para a instrução do corpo de bombeiros e a casa serviria já de arrecadação de material.
Pela mesma escritura, o dito Joaquim Luiz da Silva obriga-se ainda a “fazer no dito terreno as obras necessárias para o Quartel da Bomba, de conformidade com a planta e segundo as regras da arte, até ao dia 29 de Setembro de 1902.”.
Na mesma escritura pode ver-se ainda que “o preço d’estas obras é a quantia de um conto e quatrocentos mil reis, que junto ao preço do terreno aqui vendido soma a quantia de um conto e quinhentos mil reis.”.
Outorgou esta escritura, feita no Cartório Notarial de Felgueiras, em representação da Associação dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras o seu director João Leite de Castro Brochado, “solteiro, maior, capitalista d’esta villa”, como aí se diz.
Não terão sido concluídas as obras na data aprazada, nem terá sido suficiente a quantia ajustada, e muito menos terão sido cumpridos os prazos de pagamento, já que por escritura de 20 de Janeiro de 1903, o construtor e a Associação ajustam novo preço e constituem hipoteca sobre o prédio, como garantia de pagamento.
Certo é que em 22 de Fevereiro de 1903, é inaugurada a Estação da Bomba, com pompa e circunstancia como era uso ao tempo.
Não mais pararam as obras e melhoramentos, sempre no intuito de “… dotar a Estação com meios e conforto dignos da terra e da Associação.”.
É assim que em seis de Janeiro de 1911 é aberto concurso para a vedação do Quartel, obra que viria a ser adjudicada ao mesmo Joaquim Luiz da Silva, pelo preço de quatro mil quatrocentos e noventa e cinco reis.
Logo de seguida em 1913 são plantada as duas palmeiras – uma delas ainda existente no mesmo local. Em 1918, é decidido em reunião de direcção “substituir a luz actillene por luz elétrica, e que se deve vender portanto o gasómetro.”.
Das contas desse ano verifica-se que a instalação eléctrica custou 62$60 e da venda do gasómetro arrecadou-se a quantia de 50$00. E foi paulatinamente sendo enriquecido o património da Associação, mandando-se fazer em 1934 as secretárias e cadeiras para o Salão Nobre.
Em 1945 um grupo de rapazes, com o produto de donativos que angariou, ofertou uma sirene eléctrica, que foi inaugurada em 19 de Agosto desse ano.

Quartel
É nestas instalações que se vai desenrolando a vida da Associação. Instalações que ao tempo eram modelares. A atestá-lo está este pequenino excerto da crónica do Inspector Geral dos Incêndios, publicada no ‘Boletim da Liga dos Bombeiros Portugueses’ de Maio/ Junho de 1936 “… Pela noite vou visitar o seu quartel. (refere-se ao Comandante José Maria Lickfold da Silva)
É um primor de aceio e de ordem, vê-se em tudo a educação inglesa. Tudo no seu lugar, tudo disciplinado. Parece, ainda que mal comparado, um salão de baile.”.
O crescimento do parque de viaturas e do material usado na extinção de incêndios, cedo fez sentir a necessidade de novas e mais amplas instalações.
Em 1948, no jornal ‘Noticias de Felgueiras’, e fazendo-se eco dessa necessidade por todos sentida, inicia o correspondente do ‘Jornal de Noticias’ nesta vila, Luís Leitão de Azevedo, uma apaixonada campanha em favor da construção de um novo quartel.
Em diversos artigos publicados sob o titulo TALENT DE BIEN FAIRE, bate-se ardorosamente Luís Leitão de Azevedo pela construção de raiz de uma casa para os Bombeiros de Felgueiras – “uma Associação que deve ser o orgulho legítimo desta terra e que tão poucos valores materiais possue.”, terminando o seu primeiro artigo de 12 de Fevereiro de 1948 com um apelo a todos os Felgueirenses “… abre-se a grande subscrição felgueirense para a construção da Casa dos Bombeiros Voluntários, esperançados que os mais pobres que nós não neguem o seu donativo por mais modesto que seja e que os mais ricos não receiem ficar pobres…”.
No seu afã de ajudar, chega mesmo a propor um terreno para a construção e a travar-se de razões com os proprietários.
Mas era outro o entendimento que dessa necessidade fazia a Direcção da Associação, ao tempo presidida pelo Dr. José Maria Machado de Matos.
Conhecedora dos custos de tal empresa e das suas capacidades financeiras, entendia que deveriam fazer-se obras de adaptação e recuperação, que mesmo assim orçavam em 250 contos, porquanto a construção de raiz custava, sem o valor do terreno, 400 contos.
A Câmara Municipal presidida pelo Dr. José de Castro Leal Faria, chegou mesmo – por decisão de 7 de Julho de 1948 – a ceder o terreno onde funcionava o Mercado, para a construção da sede e quartel de Bombeiros.
Mas vicissitudes várias, reprovações constantes do projecto, desentendimentos entre instituições e técnicos, levaram ao arrastar do problema por mais alguns anos.
É de tal forma complicada a vida da Corporação nesta fase, que a Direcção eleita em Março de 1957 se recusou a tomar posse “… em virtude de ter conhecimento de ter sido reprovado pela sexta vez num espaço de cinco anos o projecto do novo quartel-sede…” dando conhecimento desta decisão ao presidente da Assembleia Geral, Dr. José de Barros da Rocha Carneiro.
Chegou mesmo a Direcção Geral de Administração Política e Civil, a aconselhar que “não julgava conveniente a transferência de instalações.”
Porquê? Não chegaremos a sabê-lo. Foi de qualquer forma uma fase complicada da vida da Associação. Certo é, que só em 1964, por aviso publicado no Diário do Governo nº 95 III série de 21 de Abril desse ano, se publica Anúncio abrindo Concurso para a construção do Quartel. A base de licitação era de 722.756$00.
O projecto elaborado pelos arquitectos Fernando Moura e Mário Azevedo, do Porto, é alvo de constantes correcções e revisões por determinação do arquitecto Januário Godinho.
Papel de relevo na aprovação do projecto, no acompanhamento da obra e nas comparticipações atribuídas teve-o o arquitecto Arala Chaves da Direcção Geral de Urbanização do Porto, que tomou como seu o sentir e o querer dos Bombeiros de Felgueiras.
Autorizada a comparticipação, pela Direcção Geral dos Serviços de Urbanização do Ministério das Obras Públicas, da importância de 202.800$00, correspondente a 39%.
Apresentadas duas propostas, é adjudicada a obra ao empreiteiro de Rio de Moinhos, José Alves pelo preço de 692.000$00.
Várias revisões de preço foram sendo efectuadas, pois que o custo final da obra rondou os 1.700 contos.
Iniciadas as obras, a sede funciona na sala gentilmente cedida pela Escola de Condução Sampaio e as viaturas e restante material são arrecadados no barracão contíguo à escola primária, hoje sede da Banda e da Lidafel.
Só em 1970 a obra é dada como concluída, e inaugurada com festa de arromba em 11 de Outubro de 1970, data em que também é inaugurado o Mercado Municipal.
Avelino Peixoto Dias Pereira, Álvaro Fonseca Moreira Filho, Alberto Oliveira Durães da Fonseca, Eng. Artur Cardoso da Silva, Júlio Teixeira Martins, Agostinho Ferreira da Rocha, António Joaquim de Sousa, são nomes que ficarão sempre na memória de todos pelo contributo para a realização do sonho de todos os bombeiros, e são justamente credores do reconhecimento de todos os Felgueirenses.
Por deliberação de Outubro de 1978, e atenta a manifesta exiguidade das instalações, é decidido ampliar-se o quartel para a guarda das viaturas e material de combate a incêndios.
As obras decorreram a bom ritmo e em 1980 são inauguradas as instalações tal como hoje as conhecemos.